quinta-feira, 22 de julho de 2010

ENTRE e veja alguns pontos de VISTA

O entrevistado dessa quinzena é o grande Marcus Vinícius, guitarrista da banda Cyper. Conheça suas opiniões, suas implicações e seu gosto musical, entre outros assuntos que você só vai saber se continuar lendo.

Tocar pop/rock aqui em Itabuna já é complicado, quanto à aceitação do público. E tocar metal no sul da Bahia?

Marcus: É ainda mais complicado, pois enquanto os chamados “Metaleiros” continuarem com essa imbecilidade de querer viver uma tal filosofia, onde eles acham que ROCK é sinônimo de Anarquia, anti-sociedade, preconceito (acredite ou não apesar dos que já sofremos, dentro do próprio ROCK existe muito mais preconceito por parte dos próprios, uns com os outros) e até Vandalismo. A sociedade continuará a nos ver de maneira cada vez mais negativa, fechando mais e mais as portas para a divulgação do nosso trabalho. Fora termos tido a infelicidade de nascer numa terra onde o cenário musical vigente é tão medíocre: Axé, Pagode, Arrocha; Ou seja: “1x0 pra eles” já nascemos em desvantagem.

O metal assim como outros subgêneros do rock, é dividido em vários outros subgêneros. Qual o seu preferido?

Marcus: É muito difícil definir algo, pois estou sempre ouvindo muita coisa, atualmente tenho ouvido muito “HARD ROCK” & “HEAVY METAL” (DR.SIN, DIO, MALMSTEEN, JEFF SCOTT SOTO, TALISMAN, DEEP PURPLE, STEVE VAI, SATRIANI, VAN HALEN, BLACK LABEL SOCIETY) e outras coisas que não vem na mente agora.

Qual sua maior inspiração na música?

Marcus: Quando comecei a tocar, e o que me inspirou a tocar de verdade foi o “MARK KNOPFLER” do DIRE STRAITS, e foi aí que decidi ser Guitarrista-Solo. Depois caiu na minha mão um VHS de um sueco maluco, um tal “YNGWIE MALMSTEEN”daí minha vida virou pelo avesso. Então um tempo depois, chega ás minhas mãos um Cd de um cara que as revistas anunciavam como : “Ele toca com as mãos de 10 homens e a alma de 1.000”, um tal de “STEVE VAI” , e finalmente foi aí que descobri que eu teria que aprender a tocar Guitarra...

“STEVE VAI” é o cara que me inspira.

Você ainda acha que o rock pode salvar o mundo, ou isso foi só uma fase?

Marcus: Acho que sim, mas depende muito de quem ouve e do que ela leva consigo sobre as músicas. Acho que são os artistas, compositores etc, que teriam que tomar partido disso também, ao compor, gravar e tocar pras pessoas coisas positivas e não trazendo de volta letras com os seus problemas do dia-dia, como depressão, pensamentos suicidas, agressões, problemas pessoais etc; Infelizmente ainda tem muita gente por aí ganhando dinheiro em cima do sofrimento alheio, quando muitas só querem uma palavra de consolo. Acho que a maior solução para o mundo é o Amor e como transmitir esse sentimento por quilômetros e quilômetros de distância. Da única maneira que conhecemos e que não possuem barreiras: “A Música”. No Rock os principais transmissores dessa causa infelizmente morreram muito cedo: Freddie Mercury, John Lennon entre tantos outros. Atualmente tem um cara aí que ta fazendo a diferença Bono Vox do U2 e tem uma frase dele que traduz tudo isso aqui que eu disse: "Mesmo que não tenha poderes políticos,o Roqueiro entra no pequeno mundo que existe na cabeça de seus fãs e pode incentivá-los a sair de casa e mudar o que está errado ao seu redor..."

Verdade.

Tem sempre uma música que você ouve e pensa: “Eu queria ter sido o compositor dessa canção”. Qual seria?

Marcus: “Sultans of Swing” do DIRE STRAITS. É uma música do álbum homogêneo de 1979 e do 1º álbum de estréia da banda. Ela foi gravada com uma Fender Stratocaster Vintage, a guitarra é totalmente limpa com apenas um toque de compressor e reverb.. Há 11 anos eu era apenas um simples mortal qualquer com seu Di Giorgio no quarto e tentando aprender algumas musicas de revistinha, e depois que ouvi essa música minha vida mudou totalmente.

Estilo que você excluiria do mundo da música.

Marcus: Todos aqueles que não acrescentam em nada e nem contribuem de forma alguma na nossa vida e só fazem a sociedade se degradar mais do que já é degradada.

(HipHop,Rap, Funk, Pagode & bandinhas que fazem parte da trilha sonora de” Malhação”).

As pessoas que têm banda aqui na região, sempre falam sobre a “união” das bandas, mas nunca chegam a um denominador comum. Você acha que esse “problema” pode ser resolvido?

Marcus: Sinceramente? NÃO.

No início eu até achava que sim viu, já fui muito otimista com relação a isso, mas felizmente acordei para a dura e límpida realidade.

Apesar de termos aqui no nosso cenário muita gente talentosa, o que não falta aqui também é muita gente boçal e arrogante que não vê nada mais a não ser o que está entre os olhos e a boca e o que está dentro das calças..somente.

Aqui e em todo lugar é claro, existe um fator “X” que sempre está presente e denominaria tudo: A Inveja.

Enquanto esse sentimento prevalecer no cenário musical daqui de Itabuna nada vai mudar e as portas estarão sempre fechadas, pois fulano não quer que a banda de cicrano toque no mesmo evento que a dele com medo da galera gostar mais da banda de beltrano, e assim sucessivamente. Sabemos que tem muita banda legal por aqui entocada e que ainda não apareceu no cenário por conta justamente disso, estrelismos de certas bandas e componentes, boicotes e falta de espaço e oportunidade. Sabia que projetos terminam ou nem começam por falta de um simples local de ensaio? Complicado...Complicado...

Mas não é todo mundo que não presta não, é importante citar um cara que ta fazendo muita diferença aqui no cenário que é o brother Highlander vocalista da banda Natasha, que tá sempre aí correndo atrás de eventos, fazendo e acontecendo. Outro grande cara que tá também aew inovando bastante é o próprio criador deste blog nosso amigo, polêmico, filósofo, editor-chefe e psicoterapeuta Rilson (rsrsrsrs) atualmente também vocalista da Roma Negra, que anda tendo aí grandes e inovadoras iniciativas pra dar uma movimentada nesse cenário mais ou menos daqui, são de caras assim que estamos precisando. Se Itabuna tivesse uns 10 Rilsons e uns 10 Highlanders o cenário musical de Itabuna City seria outro.

Quais os dez álbuns que estão sempre na sua playlist?

Marcus: Vou deixar claro aqui que citarei as bandas que me influenciaram a me tornar o músico que sou hoje, tanto como guitarrista, tanto como ouvinte também. Existem muitas bandas que gosto, mas muitas mesmo, que não estão citadas aqui, porque justamente eu queria homenagear essas bandas e artistas que fizeram de mim o que sou hoje e que me acompanharam desde meus primeiros acordes até os meus momentos de profunda introspecção.

DIRE STRAITS (1979) – DIRE STRAITS

(Foi onde tudo começou. Às singelas pinceladas de Country & Blues de Mark Knopfler na sua Fender Stratocaster, que me levaram para o outro mundo das cordas: a Guitarra.)

GUNS N´ROSES - USE YOUR ILLUSION I & II (1992)

(Guns… minha primeira camisa de Rock… tinha a letra de Patience atrás.. Slash e sua guitarra de 2 braços... meus primeiros solos de guitarra tirados no violão.. minha primeira visão sobre Sexo, Drogas e Rock n´Roll!!!)

YNGWIE MALMSTEEN – LIVE IN LENNINGRAD (1989)

(Um tremendo soco na boca do estômago, nunca tinha ouvido o cara e já caiu direto na minha mão um VHS com o show completo + uma vídeo aula pra assistir, não me esqueço disso até hoje. Foi onde vi o quanto “tocar” deveria ser levado a sério).

VAN HALEN – RIGTH HERE RIGHT NOW (1993)

(Na mesma época em que tive meu primeiro contato com a música do Malmsteen tive contato com o Eddie, e foi através desse show que vi o quanto era divertido ter uma banda de Rock e tocar pra milhares de pessoas e foi onde aprendi a estudar e a aperfeiçoar a técnica de tapping. “Eruption” fez meu cérebro escorrer por entre as orelhas.)

STEVE VAI – PASSION AND WARFARE (1990)

(Foi onde tudo mudou... Acho que não há ninguém no universo que traduza tão bem esse elo existente entre o Homem e a Guitarra quanto o Steve. É inexplicável as coisas que ele faz... sua expressividade, seu lirismo, e feeling sem iguais. Completamente ABSURDO!!!)

B.B KING – LIVE IN COOK COUNTY JAIL (1971)

(Foi o primeiro contato que tive com o Blues na minha vida, até então eu tava meio que deslumbrado com minha mais recente descoberta que era essa onda meio “shred”, então o feeling e todas aquelas notas marcantes e a voz rôca do grande Rei do Blues B.B. King, chamaram minha atenção para o quão importante era ter feeling acima de tudo na música e despertou também meu amor imortal pelo Blues.)

JOE SATRIANI – SURFING WITH THE ALIEN (1987)

(Mestre dos Mestres. Era tudo novo pra mim, melodias marcantes, foi uma descoberta de mais técnicas para meu dicionário e um virtuosismo sem igual. “Satch Boogie” e “Midnight” são fenomenais.)

DR. SIN – DR.SIN II (2000)

(Impressionante que justamente foi esse o primeiro Cd da banda que eu ouvi. Eu já tinha ouvido falar do Edu Ardanuy o guitarrista e da sua banda em geral o Dr.Sin; fiquei sem entender nada e ainda mais sendo uma banda nacional até então eu só conhecia Angra e Sepultura, mas aquilo pra mim era novo; Pra ficar ainda melhor os vocais do Michael Vescera que eu conhecia dos projetos com o Malmsteen. Simplesmente melhor guitarrista Edu e melhor banda de Rock do Brasil: DR.SIN.

QUEEN – LIVE IN WEMBLEY STADIUM (1986)

(Foi o primeiro contato ao vivo que tive com os Deuses do Rock. Brian May e suas frases melódicas e uma pegada impressionante. Roger Taylor e uma rítmica impecável, sem esquecer as perfeitas linhas de baixo de John Deacon. Sem falar no maior frontman de Rock que o mundo já viu e que nunca mais veremos outro igual: Freddie Mercury. Freddie é inigualável. Todos aqueles que amam a música deveria escutar Queen.)

JEFF SCOTT SOTO – LOST IN TRANSLATION (2004)

(Apesar de ter conhecido esse excelente vocalista á apenas alguns anos, me tornei um fã incondicional do seu trabalho, seja na época com o Malmsteen, seja na carreira solo ou com o Talisman outra grande influência minha. Ele despertou meu interesse em cantar e trabalhar minha voz. Jeff é com certeza um dos maiores vocalistas de Rock de todos os tempos juntamente com Dio, Coverdale, Steve Perry, e Freddie Mercury.)

Despeço-me e agradeço desde já pela oportunidade, viveríamos num mundo bem melhor se as pessoas respeitassem mais o ser humano.

Meu pai me disse uma frase que me marcou muito e que guardo até hoje:

“O HOMEM NASCE IGNORANTE E É NESCESSÁRIO ANOS NA SUA VIDA PARA QUE ELE SE TORNE APENAS ESTÚPIDO”.

Que possamos ser melhores que isso.

Grande Abraço!

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